IMPORTÂNCIA DO CESTO COM OBJETOS
O cesto com objetos é importante para ampliar a experiência do
bebê, que usa sentidos para manipular, explorar e experimentar os objetos e
entender o mundo em que se vive. Quando coloca tudo na boca, está aprendendo as
características do objeto( 5 a 10 meses de idade); quando enche, esvazia e
empilha, tenta descobrir o que fazer com os objetos( 10 a 20 meses de idade).
Quando começa a compreender e usar a linguagem oral para a
imaginação, uma caixa pode se tornar um carro( em torno de 20 meses de idade).
ASPECTOS IMPORTANTES PARA COMPREENDER A RELAÇÃO DA CRIANÇA
COM O OBJETO
Relações afetivas e segurança, equilíbrio entre ansiedade e
curiosidade, risco, esforço e criatividade, saberes da criança e ambiente
apropriado.
RELAÇÕES AFETIVAS E SEGURANÇA
Os indicadores de qualidade na Educação infantil (2009) e as
diretrizes Circulares de Educação infantil (2010) apontam para a importância das relações
afetivas entre as crianças e a professora e do ambiente de segurança para a
educação.
O mais importante na creche é o estabelecimento de vinculo
entre as crianças, as famílias e a equipe que dá o suporte educativo. As
ciências cognitivas mostram que os contatos positivos que os bebês estabelecem
desde pequenos possibilitam o desenvolvimento do cérebro e a aprendizagem,
sendo o amor e a atenção fatores importantes para levar os bebês e as crianças
pequenas a aprenderem. Quando a professora do agrupamento é gentil, amorosa e responde
ás demandas das crianças, cria um ambiente que leva à ampliação de
experiências. Pegar os bebês no colo e dar-lhes afeto é essencial para a construção
de relações afetivas. A falta de amor
gera ansiedade e bloqueia a aprendizagem.
A curiosidade leva à ampliação de experiências
A criança pode ficar ansiosa por querer brincar com um
brinquedo novo que está com outra criança, mas quando compreende que é preciso
esperar sua vez de brincar com o objeto, o contexto lhe dá segurança. Mas a
curiosidade pode também trazer perigo: crianças que não sentem medo de nada
podem criar situações perigosas, inesperadas, caso não haja constante
supervisão da professora. Crianças que evitam situações de ansiedade ficam
passivas e não demostram curiosidade, precisam de muita atenção e carinho
para desenvolver relações afetivas
e vínculos. O brinquedo e a brincadeira
são as melhores formas de criar tais vínculos.
RISCO E SEGURANÇA
Quando a criança está iniciando sua experiência na creche,
fica com medo de assumir o risco e, por isso, e importante a ação da professora
para iniciar uma interação com uma brincadeira que ela já conheça ou com o
brinquedo que ela usa em casa, que não cria ansiedade e lhe dá segurança.
Depois, gradativamente, pode se inserir novas situações para a criança
explorar, tomar iniciativa e expressar sua curiosidade. Quando o bebê quer se
comunicar com o outro, oferecer segurança para que ele realize sua intenção,
mas permanecer atenta e próxima, para evitar riscos de confrontos físicos.
ESFORÇO E CRIATIVIDADE
Quando envolvida na exploração de qualquer objeto ou
brinquedo, a criança se esforça, presta atenção e se empenha no que está fazendo,
mostra sua concentração e perseverança para encaixar ou encher e esvaziar. O
brincar sempre prazeroso, mas pode criar tensão, quando a criança está
empenhada em fazer algo que não consegue, por ser complexo demais,
especialmente se tiver alguma modalidade de deficiência ou dificuldades de
aprendizagem . Se não houver suporte afetivo, poderá ocorrer sensação de
fracasso, o que paralisa a ação. Brinquedos simples, mas atrativos, são as melhores
escolhas para que o envolvimento no brincar seja criativo.
SABERES DAS CRIANÇAS
É fundamental acreditar que as crianças são capazes, sabem o
que querem, selecionam os objetos de seu interesse e têm seus modos de
manipulá-los. No brincar não há certo
nem errado: Experimentar várias vezes, “errar”, tentar de novo, sem a cobrança de resultados “ Corretos”. A
professora que não sabe que os bebês têm saberes não oferecem desafios e, num
circulo vicioso, impede a descoberta de novas situações. É como se, desde cedo,
a professora marcasse os bebês com o rótulo de incompetência, antecipando seus
fracassos.
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